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Mostrando postagens de maio, 2017

A crise pós Versalhes e a II Guerra Mundial

O fim da I Guerra Mundial transformou radicalmente o cenário internacional no início século XX.  Se no começo da guerra havia três impérios (Otomano, Austro-Húngaro e Russo, no seu encerramento havia a fragmentação de ambos e o surgimento do primeiro estado socialista da história. A Alemanha foi considerada culpada pela Guerra e teve de arcar com os custos do conflito além de sofrer a imposição de compromissos que claramente afetariam o seu desenvolvimento posterior: não militarização, impossibilidade de se reconstruir economicamente bem como perdas territoriais. O fortalecimento dos EUA também é um resultado da I Guerra Mundial. Não tendo entrado na Guerra até 1917, os EUA foram decisivos na vitória das potências tríplice aliança. Tendo lutado a guerra em território europeu ao seu fim os EUA não possuíam nenhum problema territorial a ser resolvido na paz de versalhes além disso a guerra europeia contribuira fortemente para o crescimento econômico norte americano. A guerra ecl...

O Concerto Europeu

Este texto foi escrito tendo como base o livro História das Relações Internacionais Contemporâneas cujo organizador foi o professor José Flávio Sombra Saraiva, livro que traz especialistas em História das Relações Internacionais e que eu julgo didático, crítico e bem escrito, características, aliás que eu não tive pretensão de copiar. Após a tentativa fracassada de Napoleão Bonaparte levar os princípios da revolução francesa por meio do exército para outras regiões da Europa, as potências vencedoras temorosas do surgimento de outra hegemonia no continente organizaram, no congresso de Viena (1815), um concerto entre si para reordenar as relações internacionais. O arranjo diplomático europeu diz respeito a um conjunto de regras, normas e padrões de comportamento comuns entre as potências que teve desdobramentos nas relações intra e extra europeias. A idade média tinha como traço fundamental a ideia de cristandade que determinava conceitos e práticas de governo e de autoridade ...

O reconhecimento da personalidade jurídica internacional de atores para além dos Estados

Uma das reflexões mais relevantes na área do DI contemporâneo é a que tenta fazer o internacionalista vislumbrar as tendências que se apresentam no horizonte no que diz respeito ao tema da capacidade jurídica dos sujeitos de DI. Os estados, segundo doutrina clássica de Juan Antonio Carrillo Salcedo, são sujeitos primários de DI uma vez que contam com elementos constitutivos que lhes confere capacidade jurídica internacional a saber: governo centralizado, população, território e soberania. Já as organizações internacionais também constam no rol de sujeitos internacionais, porém de caráter derivado ou secundário tendo como elementos constitutivos um tratado, organicidade e finalidade. Se sobre os estados e as organizações internacionais não resta dúvida quanto ao consenso de sujeito internacional de direito. Sobre as organizações internacionais não governamentais, empresas transnacionais e a pessoa humana há debate e discussões de modo que elas ainda não foram completamente acei...

União Européia e Teoria de Relações Internacionais

Do ponto de vista das relações internacionais um dos acontecimentos mais importantes do século XX foi a constituição de um bloco supranacional europeu. O processo que teve início com o fim da II guerra mundial, em que as potências europeias se viram prezas ou a Washington ou a Moscou, serviu de ensejo para o início do processo de integração. Com vistas a diminuir o poder de influência soviética na europa, os EUA não só apoiaram a construção de instituições comuns entre os países da região como auxiliaram na reconstrução da infraestrutura física e dos fundamentos econômicos por meio do plano Marshall. Não obstante, os próprios europeus percebendo a perda relativa de poder de seus estados no sistema internacional e diante da catástrofe da II guerra mundial para a sua população e desenvolvimento vislumbraram meios de garantir um arranjo institucional em que a guerra seria impensável. O primeiro ato que consolidou a formação do que hoje se conhece por União Europeia foi a assina...