Ralph Norman Angell Lane, nasceu em 1872 em Londres e morreu em 1967 aos 94 anos de idade.
Foi membro do Royal Institute of International Affairs, da Liga das Nações, do Conselho Nacional da Paz e fundador da União de Controle Democrático tendo sido agraciado por esse e outros trabalhos com o Nobel da Paz em 1933.
Foi membro do Royal Institute of International Affairs, da Liga das Nações, do Conselho Nacional da Paz e fundador da União de Controle Democrático tendo sido agraciado por esse e outros trabalhos com o Nobel da Paz em 1933.
Em 1910 publica o livro A Grande Ilusão em que põe em xeque as interpretações correntes na Europa sobre o papel que desempenha a guerra na sociedade.O que predominava no contexto imediatamente anterior a publicação de A Grande Ilusão era uma opinião publica dividida em militaristas nacionalistas, de um lado, e de pacifistas de outro. Cada qual pregando seu ideário sobre a realidade internacional.
Angell muito corajosamente critica fortemente a noção implícita de que a guerra tem algum valor para as sociedades defendendo que ela em si mesma não produz nenhum bem material aqueles que a executam, por outro lado, também faz dura critica aos pacifistas de então, alegando que o nível de consciência das sociedades não permite inferir que seja factível uma redução unilateral dos armamentos ou a sua completa inutilização de um dia para o outro, colocá-lo no mesmo nível dos pacifistas comuns seria um erro enorme.
Seus principais opositores são nomes de peso e caros ao pensamento realista de Relações Internacionais. Alfred Mahan (militar norte americano), Friedrich Von Benhardi (general alemão) entre outros. Mahan ficou conhecido por sua visão geopolítica do poder naval e de sua influencia no controle dos mares tendo contribuído em muito para fomentar as doutrinas que Angell combate em seu livro. E Benhardi era conhecido por sua visão evolucionista da história e pelo desdém aos esforços diplomáticos em favor da paz.
Em resumo, a tese é a de que a única conduta possível para o conquistador é deixar a riqueza de um território em mãos de seus habitantes, que são os únicos e verdadeiros proprietários da riqueza correspondente, pois o confisco de tal território implicaria também no confisco de seus habitantes que são, em ultima instância, o que garante o crédito que seria negativamente influenciado e traria um prejuízo maior do que as vantagens da conquista.
A principal contribuição que Angell trouxe para o campo das relações
internacionais foi o de alertar, na iminência da primeira guerra, para o fenômeno de intensificação da globalização baseada no desenvolvimento
das tecnologias de comunicação e a interdependência criada pelas trocas
comerciais, que criaram uma dependência recíproca, para além das
fronteiras nacionais, de tal forma que uma perturbação em Nova Iorque
repercutiria como um transtorno em Londres, de modo que os homens de
negócio, não por altruísmo, mas pelos seus próprios interesses iriam
cooperar para debelar quaisquer crise em Nova Iorque. E que a guerra seria um instrumento inútil para o aumento da prosperidade de uma dada nação.
As criticas que se faz ao pensamento de Norman Angell, geralmente, são a de que sua teoria não passou pela prova histórica pelos acontecimentos de 1914 e 1939. Pode-se dizer que apesar disso um mérito que nenhum realista poderá tirar de Angell é a sua capacidade de demonstrar em bases racionais que nem todos os Estados buscam o predomínio militar no plano internacional e que a complexidade da interdependência impede a análise unilateralmente calcada na fria disputa pelo poder. Assim Norman Angell deve sempre servir para se questionar o que é dado por óbvio e para testar nossas análises para vermos se não estamos nos pautando por uma grande ilusão como tantos analistas costumam se pautar.
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